O concelho de Vila Nova da Barquinha ocupa uma área total de 49,5 km2 a norte do distrito de Santarém e é abrangido pelas unidades territoriais da região Centro (NUTS II) e sub-região do Médio Tejo (NUTS III). A influência do rio Tejo é profundamente sentida pelos 7.322 barquinhenses na medida em que delimita a sul um número significativo das quatro freguesias que constituem o município.
A nível concelhio é contíguo a Tomar e Abrantes (norte), Constância (este), Chamusca e Golegã (sul), Entroncamento (oeste) e Torres Novas (noroeste).
Os primeiros antepassados da população barquinhense surgiram no atual território municipal há milénios, mais propriamente durante a Pré-História, quando o homem primitivo deixou vestígios da sua passagem na margem esquerda da ribeira da Ponte da Pedra (Atalaia) e nos terrenos de Aldeinha, Barreira Vermelha e Fonte da Moita (Moita do Norte).
A localização estratégica da região cedo foi reconhecida pelos invasores romanos e árabes, atribuindo-se a estes dois povos a possível origem do castelo de Almourol, fortaleza defensiva edificada num ilhéu do rio Tejo que D. Gualdim Pais viria a reconstruir após a reconquista cristã e séculos mais tarde conquistaria a classificação de Monumento Nacional (1910).
Os mouros foram derrotados pelas tropas de D. Afonso Henriques no ano de 1129, tendo permanecido na zona de Atalaia nos dezoito anos seguintes. O território passou então a integrar o reino português até à sua doação à Ordem do Templo (1169), que incluía os castelos de Almourol, Cardiga e Ozêzere, bem como as povoações de Atalaia, Praia do Ribatejo (na altura com o topónimo “Pay Pelle”) e Tancos. Nos anos seguintes, o mestre da Ordem do Templo, D. Gualdim Pais, ordenava o reforço da defesa militar face às recorrentes incursões mouriscas com a reconstrução das fortificações e no final do século atribuía foral a Pay Pelle (1180).
Cerca de um século depois, durante o reinado de D. Dinis, verificou-se o desenvolvimento da povoação de Atalaia, impulsionado pela atribuição do foral, em 1315, e a aplicação de medidas de estímulo demográfico e económico. Na segunda metade do século XV, a Atalaia tinha evoluído para um imponente senhorio, justificando a criação do título de Conde de Atalaia, atribuído por D. Afonso V a Pedro Vaz de Melo.
A zona ribeirinha tinha conquistado igual importância com o apogeu da navegação fluvial, tendo o porto de Tancos um número elevado de embarcações, apenas superado por Abrantes, Santarém e “Punhete” (Constância). Em pleno século XVI, no recente porto de alvenaria construído por ordem de D. Manuel I, os barcos que atracavam vindos da capital com sal, peixe e panos cruzavam-se com os que desciam o rio Tejo carregados de madeiras, azeite, vinho, couro, mel, cera, ferro e peixe do rio.
Na mesma altura, D. Manuel I atribuiu novos forais às povoações de Atalaia (1514), Tancos (1517) e “Pay Pelle”, sendo a segunda elevada a vila independente da primeira. O monarca que se seguiu, D. João III, acompanhou a edificação da igreja matriz de Atalaia dedicada a Nossa Senhora da Assunção, embelezada pelo pórtico renascentista do escultor e arquiteto francês João de Ruão (Jean de Rouen), que viria a ser classificada como Monumento Nacional no ano de 1926. Ainda neste século, mas no reinado de D. Sebastião I, era fundado o convento do Loreto por D. Álvaro Coutinho, Senhor de Almourol e primeiro conde de Redondo.
A importância do Tejo nas rotas comerciais e comunicacionais fortaleceu-se e foi reconhecida durante o domínio filipino com a realização de obras profundas no leito do rio que favoreciam as condições de navegabilidade e a ligação com Espanha (século XVII), bem como pela construção de um porto fluvial num aglomerado ribeirinho denominado “Barca” devido ao declínio de Tancos (XVIII).
Este singelo local com barca de passagem para a margem esquerda do rio, que a partir de 1771 se chamou Barquinha, afirmou-se profundamente na região e tornar-se-ia concelho a 6 de novembro de 1836 pelo foral de D. Maria II, sendo elevado a vila três anos depois.
O município de Vila Nova da Barquinha tem sede na vila com o mesmo nome e integra as freguesias de Atalaia, Praia do Ribatejo, Tancos e Vila Nova da Barquinha, sendo a maioria dos habitantes nas quatro freguesias abrangida pela faixa etária dos 25 aos 64 anos.
A freguesia de Vila Nova da Barquinha concentra metade da população residente no concelho, o que se traduz numa densidade populacional elevada que ronda os 285 habitantes por km2. No extremo oposto encontra-se a freguesia de Praia do Ribatejo, que não atinge os 85 habitantes por km2, em parte devido à sua área geográfica superior a 20 km2, a mais extensa. A freguesia de Tancos surge como a mais pequena e menos populosa, com cerca de 240 habitantes distribuídos por um território inferior a 2 km2.
Vila Nova da Barquinha carateriza-se por uma especialização empresarial que abrange diversas vertentes na área dos serviços.
As sociedades e empresas constituídas no concelho confirmam essa tendência, verificando-se uma concentração nas atividades indiscriminadas de serviços, seguida pelas que se dedicam ao comércio por grosso e a retalho e, por fim, ao alojamento, restauração e similares. Uma parte significativa da população encontra-se empregada no setor terciário, mais de 80%, e cerca de 17% dedica-se ao setor secundário. Por sua vez, o setor primário apresenta valores mais baixos, abrangendo pouco mais de 1% dos trabalhadores e englobando cerca de 60 explorações agrícolas, 50% das quais com dimensões entre um e cinco hectares.
Vila Nova da Barquinha é um concelho que convida a...
Em suma, desvendar Vila Nova da Barquinha é apreciar arte contemporânea ao ar livre e arte sacra nos templos, subir à torre de menagem de um castelo templário, ser cientista e inventor por um dia, descobrir a evolução da espécie humana e deslumbrar-se com os cenários do rio Tejo que em tempos idos inspiraram o ícone da doçaria tradicional local, o Pirilau do Frade Ambrósio. Entre o património classificado do concelho destaca-se a arquitetura religiosa (igrejas) e militar (castelo).
Quer conhecer melhor este concelho e a região do Médio Tejo?
Poderá fazê-lo durante a sua visita ao Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, no espaço virtual PACAD - Programa de Animação Científica Artística Digital (parceria CIMT/Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha).
Ao longo do ano, o concelho celebra e partilha a sua identidade:
ao integrar espetáculos de teatro, animação de rua, artes circenses, música e dança nas Festas do Concelho (junho)
promovendo o Passeio/Maratona BTT Almourol à Vista (abril) e provas da Taça de Portugal/Campeonato Nacional de Paraquedismo (setembro/outubro)
pela organização do Mês do Sável e da Lampreia (março/abril), a par da mostra Prova do Azeite (novembro/dezembro)
com a procissão de Santo António (junho), seguida das festividades em honra de Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora dos Remédios e S. João Baptista, sem esquecer a original Festa do Rio e das Aldeias, cujo cortejo fluvial parte das margens de Tancos e Arripiado e junta no rio Tejo as imagens de Nossa Senhora da Piedade e de S. Marcos (todos os eventos em agosto)
através da valorização dos usos e costumes locais na Feira do Tejo, Festival de Folclore e Marchas Populares, integrados nas Festas do Concelho (junho), na Temporada Tauromáquica (maio a outubro) e nas Feiras d’Época sazonais (maio e novembro)
FONTES
CIMT - Portal do Empreendedor, Fundação Francisco Manuel dos Santos (PORDATA – Base de Dados Portugal Contemporâneo), IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, IGP - Instituto Geográfico Português (CAOP), INE – Instituto Nacional de Estatística (Censos 2011 e Recenseamento Geral da Agricultura 2009), Reorganização Administrativa de Freguesias (Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro), sites institucionais dos municípios associados e respetivas juntas de freguesia - informação recolhida em setembro de 2013.