O município de Ourém reúne treze freguesias da sub-região do Médio Tejo (NUTS III), região Centro (NUTS II), com uma população residente de 45.932 oureenses. A sua área territorial de 416,6 km2 é limitada a sudoeste pelo maciço calcário estremenho, composto pelas serras de Aire e Candeeiros.
A nível concelhio é demarcado por Pombal (norte e noroeste), Alvaiázere (nordeste), Ferreira do Zêzere e Tomar (este), Torres Novas (sudeste), Alcanena (sul), Batalha (sudoeste) e Leiria (oeste e noroeste).
Os primeiros registos de vida animal no território que presentemente constitui Ourém pertencem ao foro da paleontologia e são constituídos por pegadas de dinossáurios saurópodes conservadas em laje calcária. Este registo fóssil está localizado no extremo oriental da Serra de Aire e foi o primeiro a receber a classificação de Monumento Natural, em 1996. No ano seguinte foi aberto ao público como Monumento das Pegadas dos Dinossáurios de Ourém e Torres Novas.
A presença humana é muito anterior aos domínios portugueses. O povoado do Agroal (Formigais), bem como as grutas da Lapa dos Furos (Formigais) e do Casal do Papagaio (Fátima), comprovam a ocupação da região desde o Paleolítico. Alguns destes sítios arqueológicos contêm vestígios das épocas históricas sucedâneas, nomeadamente do período romano, durante o qual surgiram as “villae” de Sandoeira (Rio de Couros) e de Coinas (Atouguia).
Na época da reconquista cristã, mais propriamente no ano de 1136, D. Afonso Henriques expulsou os exércitos árabes das terras de “Abdegas” e conquistou o castelo mouro de Auren, cujo nome influenciou a toponímia do concelho. As referências a “Portus de Auren” surgem em diversos documentos desse século até à atribuição da designação “Auren” no foral outorgado pela Infanta D. Teresa em 1180, que dois anos antes recebera o senhorio da região como oferta do pai, D. Afonso Henriques. O foral seria confirmado mais tarde, em 1217, por D. Afonso II a partir de Coimbra.
A doação da vila a D. João Afonso Telo de Menezes por D. Fernando I durante o seu reinado (1367-1383) implicou a criação do condado de Ourém. O título de Conde de Ourém existiu até ao início do século XX, altura em D. Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal e 24º Conde de Ourém, foi assassinado no regicídio do seu pai, o rei D. Carlos I.
Outras figuras influentes do reino, como D. Nuno Álvares Pereira (Santo Condestável) e D. Afonso de Bragança foram o terceiro e quarto detentores deste título, respetivamente. Ao quarto conde, D. Afonso, primogénito da Casa de Bragança e Marquês de Valença, se deve a fundação da Colegiada de Nossa Senhora das Misericórdias de Ourém (1445) e a edificação do Paço dos Condes de Ourém no castelo para instalação da sua corte. O castelo de Ourém sofreu obras significativas de melhoramento nessa época, tendo sido classificado como Monumento Nacional em 1910.
Nos séculos seguintes a região recebeu dois novos forais, o primeiro atribuído por D. Manuel I em 1515 e o segundo assinado por D. Pedro II no ano de 1695.
No ano de 1841 a sede do concelho foi transferida para a recente localidade de Santa Cruz, situada no vale, que recebeu a denominação “Vila Nova de Ourém”. Esta alteração deveu-se, sobretudo, à degradação das infraestruturas provocada pelo terramoto de 1755 e pelas tropas do general Massena durante as Invasões Francesas (1810). A pequena vila seria elevada a cidade a 20 de Junho de 1991.
O século XX revestiu a região com um profundo caráter religioso devido à aparição da Senhora do Rosário na Cova da Iria (Fátima) a três pequenos pastores, no dia 13 de Maio de 1917. O fortalecimento da crença potenciou a construção do Santuário de Fátima, um dos espaços com maior valor espiritual na devoção mariana a nível mundial, começando com a Capelinha das Aparições em 1919, seguida pela Basílica de Nossa Senhora do Rosário (1928) e, mais recentemente, a Basílica da Santíssima Trindade (2007).
A cidade de Ourém é sede deste concelho constituído pelas freguesias de Alburitel, Atouguia, Caxarias, Espite, Fátima, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Misericórdias, Seiça, União das Freguesias de Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais, União das Freguesias de Gondemaria e Olival, União das Freguesias de Matas e Cercal, União das Freguesias de Rio de Couros e Casal dos Bernardos e, por fim, Urqueira. O município integra uma segunda cidade (Fátima) e quatro vilas (Caixarias, Freixianda, Olival e Vilar dos Prazeres).
A população das treze freguesias é maioritariamente adulta, com idades entre os 25 e os 64 anos, concentrando-se um quarto da mesma na freguesia de Fátima, a maior em número de habitantes e área geográfica (mais de 70 km2). No extremo oposto encontram-se as freguesias de Alburitel e Espite, a mais pequena e a menos populosa do concelho, respetivamente. Ao nível de densidade, os valores populacionais apresentam maior disparidade entre as freguesias de Nossa Senhora da Piedade e Urqueira, oscilando entre os 350 e os 50 habitantes por km2.
O concelho caracteriza-se por uma especialização produtiva nas indústrias da madeira (extração e transformação, fabrico de mobiliário e papel) e dos materiais de construção (construção civil), a par do comércio, alojamento e restauração.
As sociedades e empresas sedeadas em Ourém superam os 20% do total registado no Médio Tejo e apresentam uma tendência para os serviços relacionados com o comércio por grosso e a retalho, a construção e as indústrias transformadoras. Esta propensão reflete-se num mercado de trabalho em que quase dois terços estão empregados no setor terciário e um terço se encontra ligado ao setor secundário. O setor primário tem pouca expressão, com menos de 1,5% da população empregada, contrastando com o número de explorações agrícolas, que representam mais de 17% da região.
Ourém é um concelho que convida a...
Em suma, rumar a Ourém é explorar os recantos de uma vila medieval, sentir a devoção religiosa à Virgem Maria, apreciar detalhes artísticos e etnográficos, descobrir a biodiversidade de áreas naturais classificadas, reviver o período Jurássico através de pegadas de dinossáurios e ficar revigorado com um banho nas águas do Agroal seguido de umas fatias de Bolo do Arco. O património classificado reparte-se por elementos imóveis relacionados com factos históricos e religiosos do concelho.
Quer conhecer melhor este concelho e a região do Médio Tejo?
Poderá fazê-lo durante a sua visita à Antiga Cadeia, no espaço virtual PACAD - Programa de Animação Científica Artística Digital (parceria CIMT/Câmara Municipal de Ourém).
Ao longo do ano, o concelho celebra e partilha a sua identidade:
ao organizar o Cenourém – Festival de Teatro Amador de Ourém (fevereiro a maio), a Feira do Livro (abril), o Encontro de Coros Infantis e Juvenis e o Festambo – Festival de Música e Dança (ambos em maio/junho)
dirigida aos adeptos do motociclismo com a Prova do Campeonato Nacional de Enduro (outubro)
no Festival de Gastronomia "Cozinhas do Mundo" (abril)
através das solenidades da Semana Santa, com o Julgamento bienal do Bacalhau, a Festa da Sesta e a reconstituição teatral da Via Sacra (Páscoa), a comemoração das Aparições de Nossa Senhora de Fátima (maio, agosto e outubro) e a Festa de Santa Iria (outubro), a par de outras cerimónias e romarias
pelos típicos festejos de Carnaval, a gastronomia e artesanato locais presentes nas Festas da Cidade (junho), a Feira dos Púcaros/S. Bartolomeu (agosto) e a Feira dos Cestos (setembro)
FONTES
CIMT - Portal do Empreendedor, Fundação Francisco Manuel dos Santos (PORDATA – Base de Dados Portugal Contemporâneo), IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, IGP - Instituto Geográfico Português (CAOP), INE – Instituto Nacional de Estatística (Censos 2011 e Recenseamento Geral da Agricultura 2009), Reorganização Administrativa de Freguesias (Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro), sites institucionais dos municípios associados e respetivas juntas de freguesia - informação recolhida em setembro de 2013.